O
educador, no sentido real da expressão é um mediador entre a informação e o
aluno. Sempre pesquisando, ele busca,
trata e socializa conteúdos, dados e informações a todo o momento em seu
trabalho cotidiano. Ele é um dos profissionais que está diretamente e diariamente elaborando,
transformando e disseminando conhecimento,
ou seja, socializando
as informações, as quais estão
carregadas da sua subjetividade e contribuindo
para a formação dos indivíduos de
uma sociedade, a medida em que estas são passadas adiante, promovendo, assim, o
ato educativo, através da construção de conhecimento.
Contudo,
antes de tudo, faz-se necessário compreender o conceito subjetividade, a qual não
se reduz ao princípio de identidade, nem pode ser confundida com a
interioridade acessada pela ação reflexiva. Inicialmente poderíamos achar que a
subjetividade levaria a pessoa a reconhecer-se e ser conhecida pelos outros.
Essa concepção de subjetividade como perfil mais ou menos estável de si mesmo,
não mais se sustenta, não mais se reduz a uma interioridade acessada pela
reflexão.
A
subjetividade é algo que perpassa o conceito de individualidade ao qual está associada.
Estamos acostumados a definir subjetividade como identidade, consciência
reflexiva ou pelo modo como alguém realiza as atividades cotidianas.
Na contemporaneidade, essa concepção
já não consegue se sustentar, pois a subjetividade é compreendida como o modo de
organização das experiências cotidianas, o universo de sensações e
representações. Isso se deve ao deslocamento da noção do sujeito, como essência
da subjetividade, para incorporação de uma densidade plural de sensações, de
formas de pensar e de organização perceptual, além das rápidas mudanças
ocorridas através do tempo.
A velocidade com que ocorrem as
mudanças sociais, políticas, culturais causam, permanentemente, desestabilizações
nas subjetividades que precisam reinventar formas para interagir e organizar
sensações e experiências.
Nesse
contexto, deve-se perceber que a educação é um ato simbólico de inscrição do
sujeito na sociedade e na cultura por meio da transmissão de conhecimentos, de
cultura, de significantes, carregados de subjetividade, os quais tecem a vida
social. O ato educativo se sustenta nos ideais sociais simbólicos articulados
numa ética de humanização, socialização e subjetividade que ele próprio
elabora. O ato educativo socializa, humaniza e “subjetiviza” em nome da ética
que representa. Justifica-se assim a relação educação e subjetividade.
Na atualidade, todos os recursos
informacionais que nos rodeiam, servem-nos para divulgação de toda cultura,
conhecimento, informações, pesquisas, todos carregados da subjetividade de seus
autores, o que servirá para influenciar a forma de ser, pensar e agir de
muitos, uma vez que nenhuma produção deixa de ser pautada na forma de pensar,
na crença ou na certeza do indivíduo que a produziu, pois nenhum autor é neutro
em seus trabalhos, por mais neutro que afirme ser, sempre terá em seus
trabalhos, sejam quais forem, as marcas de sua subjetividade e ao socializar
suas produções através dos recursos informacionais, como já fora mencionado,
promoverão a sua propagação.
Andréa Cavalcante
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