domingo, 14 de fevereiro de 2016

Como o educador pode pesquisar e socializar conhecimentos utilizando-se de recursos informacionais em meio a sua subjetividade?



O educador, no sentido real da expressão é um mediador entre a informação e o aluno.  Sempre pesquisando, ele busca, trata e socializa conteúdos, dados e informações a todo o momento em seu trabalho cotidiano. Ele é um dos profissionais que está diretamente e diariamente  elaborando,  transformando  e disseminando  conhecimento,  ou  seja,  socializando  as  informações, as quais estão carregadas da sua subjetividade  e  contribuindo  para  a formação dos indivíduos de uma sociedade, a medida em que estas são passadas adiante, promovendo, assim, o ato educativo, através da construção de conhecimento.
Contudo, antes de tudo, faz-se necessário compreender o conceito subjetividade, a qual não se reduz ao princípio de identidade, nem pode ser confundida com a interioridade acessada pela ação reflexiva. Inicialmente poderíamos achar que a subjetividade levaria a pessoa a reconhecer-se e ser conhecida pelos outros. Essa concepção de subjetividade como perfil mais ou menos estável de si mesmo, não mais se sustenta, não mais se reduz a uma interioridade acessada pela reflexão.
A subjetividade é algo que perpassa o conceito de individualidade ao qual está associada. Estamos acostumados a definir subjetividade como identidade, consciência reflexiva ou pelo modo como alguém realiza as atividades cotidianas.
            Na contemporaneidade, essa concepção já não consegue se sustentar, pois a subjetividade é compreendida como o modo de organização das experiências cotidianas, o universo de sensações e representações. Isso se deve ao deslocamento da noção do sujeito, como essência da subjetividade, para incorporação de uma densidade plural de sensações, de formas de pensar e de organização perceptual, além das rápidas mudanças ocorridas através do tempo.
            A velocidade com que ocorrem as mudanças sociais, políticas, culturais causam, permanentemente, desestabilizações nas subjetividades que precisam reinventar formas para interagir e organizar sensações e experiências.
Nesse contexto, deve-se perceber que a educação é um ato simbólico de inscrição do sujeito na sociedade e na cultura por meio da transmissão de conhecimentos, de cultura, de significantes, carregados de subjetividade, os quais tecem a vida social. O ato educativo se sustenta nos ideais sociais simbólicos articulados numa ética de humanização, socialização e subjetividade que ele próprio elabora. O ato educativo socializa, humaniza e “subjetiviza” em nome da ética que representa. Justifica-se assim a relação educação e subjetividade.
             Na atualidade, todos os recursos informacionais que nos rodeiam, servem-nos para divulgação de toda cultura, conhecimento, informações, pesquisas, todos carregados da subjetividade de seus autores, o que servirá para influenciar a forma de ser, pensar e agir de muitos, uma vez que nenhuma produção deixa de ser pautada na forma de pensar, na crença ou na certeza do indivíduo que a produziu, pois nenhum autor é neutro em seus trabalhos, por mais neutro que afirme ser, sempre terá em seus trabalhos, sejam quais forem, as marcas de sua subjetividade e ao socializar suas produções através dos recursos informacionais, como já fora mencionado, promoverão a sua propagação. 
Andréa Cavalcante

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