domingo, 14 de fevereiro de 2016

Carnaval: a festa das máscaras e fantasias.

É carnaval, tempo de festas, música, barulho, confusão, bebedeira, tempo de máscaras e fantasias, tempo em que tudo é permitido. Mas será que o carnaval é mesmo o tempo das máscaras e das fantasias? A minha humilde opinião é contrária a essa unanimidade, pois acredito que nesta época, as pessoas utilizam esta justificativa para sair de casa sem máscaras ou fantasias, elas apenas exteriorizam aquilo que sentem, os seus desejos mais íntimos e profanos, aquilo que seria considerado pervertido ou que os condenaria ao ostracismo social, caso ousassem revelar em dias "normais".
Não pretendo ser tendenciosa, mas acho que nós, seres humanos, temos uma insana necessidade em sermos aceitos, aprovados em nosso meio social, portanto mostramos apenas, aquilo que chamo de lado “A”. Não ousamos contrariar as regras de moral e civilidade impostas pela sociedade hipócrita da qual somos partícipes e, seguramente, os poucos que o fazem são vítimas de preconceito, violentados em relação ao seu livre arbítrio, que é uma expressão sublime, mas que na verdade não é utilizada no seu sentido literal, uma vez que damos tantas satisfações e temos tanto medo de rejeição, da desaprovação daqueles que nos cercam.
Por essa razão acredito que o carnaval é a época em que nos aproveitamos para “enfiar o pé na jaca”, uma vez que o período momesco servirá como justificativa para todos os nossos excessos e extravagâncias, todos os nossos impropérios e insanidades.
Não é a toa que a sexualidade fica a flor da pele, o pudor vai embora e atrevo-me a dizer que as “fantasias” escolhidas são o reflexo dos desejos reprimidos. A bebida consumida aos excessos solta a língua presa e durante as festividades carnavalescas nada que se diga ou que se faça é levado em consideração, não é passível de repreensão.
Por outro lado, nesta época também aproveitamos para deixar de lado os nossos problemas, as agruras da vida e caímos na farra, até que a quarta-feira de cinzas volte e traga consigo a “normalidade”, os problemas, o trabalho, as convenções, então nós voltamos a interpretar os personagens que a novela da vida real nos impôs e assim seguimos o nosso caminho, até que fevereiro chegue novamente e todos, tenhamos direito a uma nova alforria.

Andréa Cavalcante

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