quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Coisas efêmeras


Segundo a Wikipédia, coisas efêmeras são aquelas transitórias, passageiras ou que duram pouco tempo. Depois de ler o significado deste verbete, penso se as coisas efêmeras são menos importantes ou marcantes que as coisas duradouras, mas afinal de contas, o que é de fato duradouro em nossas vidas, se a própria vida é passageira?
Momentos felizes são efêmeros. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes no seu famoso “Soneto da fidelidade”
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Sentimentos, todos, são efêmeros. A dor, a paixão, a tristeza, a alegria, o descontentamento, a desilusão e até o amor, NADA, na minha humilde opinião dura para sempre.
Li na Super Interessante que a ciência descobriu que a paixão entre duas pessoas é feita do mesmo combustível que move as grandes revoluções. Falo da paixão por se tratar nde um dos sentimentos efêmeros mais poderosos que conheço. Na mesma reportagem, vi que na presença do objeto da paixão, os apaixonados sentem o coração bater mais rápido e um frio na barriga. Eles passam noites sem dormir e perdem o apetite. Uma pesquisa recente da psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa, mostrou que diversas substâncias cerebrais são liberadas quando estamos apaixonados, o que ajuda a explicar, do ponto de vista químico, as noites maldormidas e a perda de apetite. É tudo culpa de estimulantes naturais como a dopamina e a norepinefrina, produzidas em quantidades maiores que o usual por quem se apaixona. Essas substâncias são as mesmas utilizadas em moderadores de apetite, ou seja, estar apaixonado, entre outras benécies, emagrece.
A paixão causa uma revolução química no cérebro e por isso mesmo nenhuma paixão dura muito. Apesar de ser um sentimento delicioso, uma paixão que durasse dez anos acabaria com a vida de um sujeito. "Isso seria biologicamente impossível. Nenhum ser humano aguentaria ficar anos a fio sem comer ou dormir direito", diz o psiquiatra James Leckman. Em média, o prazo de validade da paixão é de dois a três anos. "Mas isso não é uma regra, já que a paixão por definição é imprevisível", diz Leckman.
            Contudo, continuo me perguntando, será que a exemplo da paixão, este sentimento efêmero, tão poderoso, transformador e pertubador, tudo o mais que é igualmente efêmero, tem menos importância nas nossas vidas? Eu acho que não. E você?

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