quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Revisão - Classe de palavras - substantivo

Substantivos são palavras variáveis (mudam do masculino para o feminino e /ou do singular para o plural) que servem para nomear seres em geral, visíveis ou não, animados ou não, além de sentimentos, desejos, ideias.

Substantivo pode nomear:
Ø  Pessoas
Ø  Sentimentos
Ø  Objetos
Ø  Lugares
Ø  Seres vivos- reais ou imaginários

                 CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
Os substantivos classificam-se em:
Ø  comuns
Ø  próprios
Ø  concretos
Ø  abstratos
Ø  coletivos
         Substantivos comuns: referem-se a qualquer ser de uma espécie, sem particularizá-lo.
          Ex.: A cadeira está quebrada

         Substantivos próprios: nomeiam um ser em particular, destacando-o dentro da espécie ou do grupo; são escritos com letra maiúscula.
         Ex.: Eu moro em Caiçara

         Substantivos concretos: nomeiam seres com existência própria, ou seja, que não dependem de outro ser para existir. Designam seres de existência independente, sejam reais ou fictícios.
         Ex.: A beleza (substantivo abstrato) existe na pessoa ou coisa que é bela.
       O amor (substantivo abstrato) existe na pessoa que ama.
Observação:  geralmente, o substantivo abstrato deriva de verbo ou adjetivo.
Ex.: Belo - beleza
        odiar - ódio
Substantivos coletivos: designam uma pluralidade de seres da mesma espécie. 
Vejamos alguns substantivos coletivos:
Substantivos Coletivos
Alcatéia
De lobos
Arquipélago
De ilhas
Banca
De examinadores
Bando
De aves, de ciganos, de malfeitores
Cáfila
De camelos
Cancioneiro
Conjunto de canções, de poesias líricas

                      CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO QUANTO À FORMAÇÃO
            Primitivos 
            Derivados
            Simples
            Compostos

            Substantivos primitivos são aqueles que dão origem a outras palavras.
             Ex.: livraria = livro + -aria.

             Substantivos derivados são os que se originam de outras palavras.
            Ex.:arvoredo = árvore + -edo.

           Substantivos simples: são os formados por apenas uma palavra.
            Ex.: couve.
           Substantivos compostos: são formados por mais de uma palavra.

     Ex.:couve-flor = couve + flor.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Nossa Língua e suas curiosidades!


O que fazer para melhorar nossa prática pedagógica?

Ideias para otimizar o nosso trabalho pedagógico
Fonte: revistaescola.abril.com.br/volta-as-aulas/
Sugestão de leitura: professoras Gigliane e Elizângela
1 - "O trabalho em classe depende do que é feito antes e depois dele. Por isso, estude o assunto e pense nas melhores maneiras de ensiná-lo. Crie as condições para a aprendizagem."

2 - Administre bem o horário de trabalho. Distribuir os conteúdos pelo tempo das aulas é complicado. Pense na quantidade de horas que você vai dedicar aos estudos, à elaboração das aulas e à correção de tarefas.

3 - Selecione os recursos para cada atividade
A escolha dos livros que serão consultados pela garotada e a organização de materiais como brinquedos, calculadoras, jogos - enfim, de tudo o que será usado na aula - precisa ser feita com antecedência. Desse modo, todos terão à disposição os recursos mais adequados e úteis para a realização das diferentes atividades.

4 - Reorganize a sala de acordo com a tarefa
A adequação do ambiente é o primeiro passo para um trabalho produtivo. Por isso, deixe-o arrumado de forma compatível com o que será realizado.

5 - Aproveite todo o material disponível
Não deixe que computadores e materiais específicos para o ensino de Arte ou de Ciências, por exemplo, fiquem encaixotados por falta de iniciativa ou medo de que estraguem..

6 - Não tranque os livros no armário
Obras de diferentes gêneros que compõem o acervo da escola precisam ficar disponíveis para consulta ou leitura por prazer. Em vez de deixá-las em armários trancados, coloque-as em uma sala de fácil acesso ou na própria classe, em prateleiras ou caixas à vista. Isso incentiva o hábito da leitura e o cuidado no manuseio das publicações.

7 -  "Manter os trabalhos dos alunos expostos faz com que aprendam a apreciar e valorizar o que é do outro e acompanhar o que foi feito por todos."

8 - Peça ajuda para arrumar os espaços
Ao terminar uma atividade, a responsabilidade por organizar a sala pode ser dividida com toda a turma.

9 - Transgrida e mude sua prática
Experimente novos materiais, varie o tipo de atividade e reveja estratégias constantemente.

10. Exponha a rotina diariamente
É essencial mostrar o que você vai ensinar. Sabendo o que têm a fazer, todos criam a expectativa correta diante da aula, se organizam melhor e se sentem mais seguros.

11. Negocie acordos com a garotada
Apenas exibir o regulamento que deve ser seguido na escola não convence crianças e jovens e, por isso, não funciona. Os famosos combinados também só são bem aceitos quando feitos coletivamente e não impostos por você de maneira disfarçada. Assim todos veem sentido nas regras e passam a adotá-las.

12. Tenha interesse pelas ideias dos estudantes
Ao propor atividades instigantes, em que são levantadas hipóteses, conheça o pensamento de cada um. O que eles dizem sobre aquele assunto? Em vez de apenas corrigir erros, encaminhe o raciocínio dos alunos para que solucionem o problema.

13. "A lição de casa deve ser um momento individual de estudo, descoberta e reflexão. Seu objetivo não é, nem de longe, a repetição de exercícios que só reproduzem conteúdos vistos em classe."

14. Enriqueça seu trabalho com as parcerias.

15. Ao formar grupos, junte saberes diversos. Seu papel na divisão da classe para atividades em equipe é fundamental. Considere muito mais do que afinidades e reúna aqueles com conhecimentos diferentes e próximos, que têm a aprender e ensinar.

16. Acompanhe quem tem mais dificuldade. Não existem turmas homogêneas. Para atender os estudantes com diferentes graus de desenvolvimento, são necessárias estratégias variadas. Pense, com antecedência, em atividades que podem ser mais adequadas e desafiadoras para aqueles que não estão no mesmo nível da maioria.

17. Considere e valorize as competências. Para que aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais aprendam como os demais, busque ajuda na sala de recursos para fazer adaptações em relação aos materiais usados, ao tempo reservado para as tarefas, aos conteúdos ensinados e ao espaço. Assim, o foco das propostas deixa de ser a deficiência e passa a ser as possibilidades dos alunos.

18. "Valorize sua relação com a criança que tem algum tipo de deficiência para reconhecer suas necessidades: nada substitui o vínculo e o olhar observador."

19. Fique atento à experiência de todos. Em uma sala de aula, cada um tem uma história, vem de uma família diferente e tem uma bagagem de experiências culturais. Valorize essa heterogeneidade.

20. Crie um ambiente de aceitação. Seu papel também é garantir que se estabeleçam relações de confiança e respeito.

21. Dê o exemplo e não se omita no dia a dia. Assistir a uma situação em que ocorrem desrespeito ou preconceito sem reagir não condiz com o trabalho docente. Ao ser omisso, você passa uma mensagem à meninada.

22. Faça sempre o diagnóstico inicial. Antes de ensinar um conteúdo, faça o diagnóstico. Ele é uma ferramenta rica para registrar em que nível cada um está e o que falta para que os objetivos propostos sejam alcançados.

23. Diga ao aluno o que espera dele. Os critérios de avaliação devem estar sempre claros.

24. Documente os trabalhos significativos. Registrar as atividades e guardar as produções mais relevantes é importante para analisar o percurso de cada um e o que foi vivido em sala. Esse material é útil tanto para você orientar as próximas intervenções como para os pais e futuros professores conhecerem a vida escolar de cada estudante. (PORTFÓLIO)

25. Avalie o potencial de aprendizagem .  Ao desafiar os jovens com questões sobre o que ainda não foi visto em sala, você analisa o percurso que estão construindo e a relação que fazem entre o conhecimento adquirido e informações novas.

26. Compartilhe os erros e os acertos. O principal objetivo das avaliações não deve ser atender à burocracia, ou seja, determinar as notas a ser enviadas à secretaria. A função delas é mostrar a você e à meninada o que foi aprendido e o que ainda falta. Por isso, compartilhe os resultados pontuando os erros e mostrando como podem ser revistos.

27. "Na hora de avaliar, note três aspectos: o avanço de todo o grupo, as mudanças de cada estudante e o aprendizado dele em relação à turma."

28. Use a avaliação para mudar o rumo. Proponha durante todo o ano, provas (inclusive surpresas) seminários, relatórios e debates mostram o que a garotada aprendeu ao longo do processo.

29. Reflita sobre sua atuação para melhorar. A autoavaliação é preciosa para ajudar a perceber fragilidades. Todos os dias ocorrem situações que permitem repensar o trabalho em sala e o contato estabelecido com a equipe e a família dos alunos.

30. Paute as reuniões com os pais. Os assuntos tratados em cada encontro devem ser determinados de acordo com o que está sendo desenvolvido naquele momento com os alunos. Liste o que é relevante para os pais saberem e agende a reunião em um horário compatível com a rotina dos pais.

31. Faça parcerias com os responsáveis. A reunião de pais não é o momento de críticas, mas de favorecer a participação e a parceria deles com você. Para isso, diga como a escola vê o processo de aprendizagem e mostre a produção dos alunos.

32. Planeje com a ajuda dos colegas. Uma aula só é boa se é bem preparada. Aproveite o horário de departamento para isso. Você pode compartilhar ideias, articular conteúdos e planejar projetos em conjunto, medidas indispensáveis para construir uma escola de qualidade.

33. Recorra ao coordenador pedagógico para pensar as avaliações, dar ideias sobre materiais de uso em sala ou como trabalhar determinado conteúdo.

34. Discuta sobre o ensino e a aprendizagem. Ao trocar ideias com outros professores, dê menos ênfase às questões de comportamento dos estudantes e mais às relativas à aprendizagem. Comente sobre o processo de cada aluno e questione se eles têm desempenho semelhante ao apresentado em suas aulas.

40. Priorize as relações profissionais. Uma boa convivência entre os colegas de trabalho deve ser pautada pelo conhecimento, pela colaboração e pela cooperação.

41. Identifique e supere suas dificuldades. O primeiro passo para buscar mudanças é determinar suas falhas. Invista no que pode ser aperfeiçoado.

42. Mostre seu trabalho em outros lugares. Depois de organizar suas produções, compartilhe-as com os colegas. Conte a eles o desempenho das classes e o resultado das atividades.

45. Aprenda com a prática dos outros. Os cursos de formação são os momentos mais ricos para conhecer experiências exitosas vivenciadas por outros professores e que podem ser usadas por você.

46. Continue os estudos para crescer sempre. Faz parte do trabalho docente pesquisar e ficar em dia com o que há de novo na área. Veja os programas disponíveis no Ministério da Educação (MEC) e na sua rede de ensino. Antes de se inscrever em cursos online, verifique qual a metodologia e o material didático adotados.

47. Use a tecnologia para ensinar. Muitos jovens devem ter melhor domínio do computador do que você. Se eles sabem usar a máquina, sua contribuição deve ser mostrar como ela pode ajudar a aprender os conteúdos. Procure capacitação para incorporar recursos que aprimorem o ensino da disciplina que você leciona.

“Esse texto é um resumo da reportagem 50 ideias para começar o ano”

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Comício em beco estreito - Jessier Querino. Pense num poema atualíssimo! kkk


Aprenda o que é pleonasmo de maneira divertida

https://www.youtube.com/watch?v=3h-GuKAXqcc

Como o educador pode pesquisar e socializar conhecimentos utilizando-se de recursos informacionais em meio a sua subjetividade?



O educador, no sentido real da expressão é um mediador entre a informação e o aluno.  Sempre pesquisando, ele busca, trata e socializa conteúdos, dados e informações a todo o momento em seu trabalho cotidiano. Ele é um dos profissionais que está diretamente e diariamente  elaborando,  transformando  e disseminando  conhecimento,  ou  seja,  socializando  as  informações, as quais estão carregadas da sua subjetividade  e  contribuindo  para  a formação dos indivíduos de uma sociedade, a medida em que estas são passadas adiante, promovendo, assim, o ato educativo, através da construção de conhecimento.
Contudo, antes de tudo, faz-se necessário compreender o conceito subjetividade, a qual não se reduz ao princípio de identidade, nem pode ser confundida com a interioridade acessada pela ação reflexiva. Inicialmente poderíamos achar que a subjetividade levaria a pessoa a reconhecer-se e ser conhecida pelos outros. Essa concepção de subjetividade como perfil mais ou menos estável de si mesmo, não mais se sustenta, não mais se reduz a uma interioridade acessada pela reflexão.
A subjetividade é algo que perpassa o conceito de individualidade ao qual está associada. Estamos acostumados a definir subjetividade como identidade, consciência reflexiva ou pelo modo como alguém realiza as atividades cotidianas.
            Na contemporaneidade, essa concepção já não consegue se sustentar, pois a subjetividade é compreendida como o modo de organização das experiências cotidianas, o universo de sensações e representações. Isso se deve ao deslocamento da noção do sujeito, como essência da subjetividade, para incorporação de uma densidade plural de sensações, de formas de pensar e de organização perceptual, além das rápidas mudanças ocorridas através do tempo.
            A velocidade com que ocorrem as mudanças sociais, políticas, culturais causam, permanentemente, desestabilizações nas subjetividades que precisam reinventar formas para interagir e organizar sensações e experiências.
Nesse contexto, deve-se perceber que a educação é um ato simbólico de inscrição do sujeito na sociedade e na cultura por meio da transmissão de conhecimentos, de cultura, de significantes, carregados de subjetividade, os quais tecem a vida social. O ato educativo se sustenta nos ideais sociais simbólicos articulados numa ética de humanização, socialização e subjetividade que ele próprio elabora. O ato educativo socializa, humaniza e “subjetiviza” em nome da ética que representa. Justifica-se assim a relação educação e subjetividade.
             Na atualidade, todos os recursos informacionais que nos rodeiam, servem-nos para divulgação de toda cultura, conhecimento, informações, pesquisas, todos carregados da subjetividade de seus autores, o que servirá para influenciar a forma de ser, pensar e agir de muitos, uma vez que nenhuma produção deixa de ser pautada na forma de pensar, na crença ou na certeza do indivíduo que a produziu, pois nenhum autor é neutro em seus trabalhos, por mais neutro que afirme ser, sempre terá em seus trabalhos, sejam quais forem, as marcas de sua subjetividade e ao socializar suas produções através dos recursos informacionais, como já fora mencionado, promoverão a sua propagação. 
Andréa Cavalcante

A alienação social causada pelo fanatismo religioso

Título: A alienação social causada pelo fanatismo religioso
Autora: Andréa Cavalcante Monteiro Alves

Apócrifo: “O sofrimento religioso é, ao mesmo tempo, expressão de um sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. Suspiro da criatura oprimida, coração de um mundo sem coração, espírito de uma situação sem espírito: a religião é o ópio do povo”. Karl Marx.

Resumo:

O presente artigo traz uma abordagem sobre o fenômeno da alienação social causada pelo fanatismo religioso, uma vez que desde os tempos mais remotos, o homem sempre precisou crer em algo superior,não só para suportar os sofrimentos e as vicissitudes da vida, mas sobremaneira para concretizar sua evolução. Nesse contexto,a fé é a saudável crença interior em algo que nos inspira, nos dá força e nos ajuda a seguir em frente. Tanto a fé quanto as ideologias são, portanto, sadias, quando racionais. Já o fanatismo é paixão, egoísmo e manipulação dos semelhantes, porque este não passa de uma fé cega, irracional, exacerbada, quase sempre caracterizada por discursos inflamados que não condizem com a razão. Este trabalho tem por escopo refletir sobre a maneira como o fanatismo religioso desequilibra e leva à insensatez, causando uma verdadeira devastação na vida do fanático, bem como das pessoas que o rodeiam.

Palavras-chave:alienação, fanatismo, desequilíbrio, insensatez, sofrimento.

Abstract



This paper presents an approach to the phenomenon of social alienation caused by religious fanaticism, since from the earliest times, man has always needed to believe in something higher,not only to endure the sufferings and vicissitudes of life, butgreatly to achieve its evolution. In this context, faith is the healthyinner belief in something that inspires us, gives us strength andhelps us move on. Both faith and ideologies are therefore healthy, when rational. Have fanaticism is passion, selfishness andmanipulation of similar, because this is just a blind faith, irrational,exaggerated, almost always characterized by inflammatory speeches that do not fit right. This work has the scope to reflect on how religious fanaticism unbalanced and leads to folly, causing a real havoc in the life of the fanatic, and the peoplearound you.



Keywords: alienation, bigotry, imbalance, folly, suffering.






Introdução:

De acordo com o dicionário, o indivíduo considerado fanático é aquele que segue cegamente uma doutrina ou partido, ou seja, o termo não está ligado unicamente a doutrinas políticas ou religiosas, pois tudo aquilo que leva o indivíduo a extrapolar os limites da racionalidade e que culminam no exagero são consideradas formas de fanatismo. Oriundo do latim, fanaticus, significa "o que pertence a um templo,  fanum”. O fanático coloca-se na posição de escravo diante de uma autoridade que pode ser vista como uma divindade, um líder, uma causa. O fanatismo é alimentado por uma fé irracional, exacerbada, quase sempre caracterizada por discursos inflamados que não condizem com a razão, assim como também pelas crenças absolutas nas quais seus adeptos se esmeram e não medem esforços ou consequências para servir ao seu senhor. O fanático acredita ser capaz de exorcizar pessoas e coisas, combater as forças maléficas ou salvar a humanidade do caos.
O fanático é dado aos extremismos, uma vez que para ele, os males do mundo curam-se através de soluções radicais, tudo em nome da defesa dos seus ideais. Muitos chegam ao ápice do extremismo quando praticam atos violentos, outros simplesmente podem utilizar-se da exacerbação verbal, sempre motivado por uma causa suprema.
Alguém pode ser considerado fanático por amar em demasia outro ser, um objeto, time de futebol, etc., o erro mais comum das pessoas é o de designar fanatismo como sendo algo relacionado exclusivamente à política ou à religião, porém o nosso foco, como fora dito anteriormente, será o fanatismo religioso. Muitas polêmicas surgem acerca desse tema. Na maioria vezes o fanatismo pode fazer com que uma pessoa cometa atos insanos em nome de um ideal, de um amor ou algo do gênero.
O fanático sofre discriminação por apresentar um exagerado interesse em algo ou em alguém, portanto, todos precisam ficar em alerta, uma vez que o fanatismo não se restringe a uma determinada classe social, credo ou raça.
Oriundo dos dogmas religiosos, reiteramos que o fanatismo não se limita a este campo, uma vez que existe fanatismo relacionado às ideologias políticas e revolucionárias, às raças, até mesmo relacionado a coisas banais, como um time de futebol. Todos os exemplos supracitados são considerados formas de fanatismo, principalmente quando extrapolam a dimensão racional, guiando-se pela crença de foram os eleitos, os escolhidos pelas divindades cultuadas.
O elemento que impulsiona o fanático é o caos. Ele é um indivíduo, por natureza, mentalmente teimoso, assim como vedado a novos começos, sendo convicto de que sua verdade é a única, portanto não se permite intervalos para indagações, onde a mente está pronta para novas reações e novos começos.
Percebemos estas características fortemente arraigadas dentre os fanáticos religiosos, e estes usavam e ainda as usam, para justificar verdadeiras atrocidades cometidas ao longo da história, culminando em tragédias coletivas, noticiadas no mundo todo, a exemplo da "caça as bruxas" na idade média, da perseguição aos negros, índios, comunistas, homossexuais, prostitutas, judeus,  o movimento da Jihad islâmica contra os "infiéis do ocidente" e a "guerra aos terroristas". Todos estes exemplos nos mostram o quão vivo e atuante em nossa época, supostamente civilizada, científica e informatizada, perpetua-se o fanatismo. 
1.    Fanatismo: uma abordagem psicológica
A primeira vista, o fanatismo parece sustentar-se numa estrutura psicótica, uma vez que um indivíduo acredita ser o detentor de uma certeza absoluta e intitula-se o escolhido por uma divindade para cumprir determinada missão, já demonstra sintomas que justifiquem um diagnóstico de loucura ou psicose. Conforme análise de Becker, segundo Freud, “aquilo que o psicótico paranóico vivencia na própria pele, o parafrênico experiencia na pele do outro”, ou seja, somos levados a supor que o fanatismo está mais para o campo da parafrenia do que para o da paranoia.
Do ponto de vista psiquiátrico, toda forma de fanatismo parece estar relacionada à fuga da realidade. A crença irracional é confundida com loucura quando se manifesta em momentos ou situações específicas, porém o fanático aparenta ser uma pessoa normal se sua inteligência não está afetada. No entanto, torna-se um ser potencialmente explosivo, sobretudo se o fanatismo se combinar com uma inteligência tecnologicamente preparada. O terrorismo, por exemplo, que atua com a única meta de destruir inimigos aleatórios, é realizado por indivíduos fanáticos cuja inteligência é instrumentada apenas para essa finalidade. Para o terrorismo sustentado no fanatismo, os inocentes devem pagar pelos inimigos; a destruição deve ser a única linguagem possível e a construção de um novo projeto político-econômico, não está em questão.
Um exemplo clássico de como o fanatismo pode evoluir para uma distúrbio mental é o caso de Hitler, antes considerado um paranóico, hoje é mais aceito como parafrênico, por causa da sua fixação pela ideia de criar uma raça superior a todas as outras raças, ou seja, a raça ariana e ainda a aniquilação dos indivíduos considerados seres impuros.
A denominação “raça ariana” foi utilizada pela primeira vez pelo diplomata e escritor francês conde Arthur de Gobineu (1806-1882), de acordo com o escritor, baseado na teoria de Friedrich Von Schlegel, existia um povo, os arianos, que originaram-se na Ásia Central, migrando para o sul e para o oeste, chegando à Europa e a alguns territórios onde hoje estão o Afeganistão, a Índia e o Irã. Essa raça seria uma das três grandes raças humanas composta por pessoas brancas ou caucasianas. O vocábulo “ariana” deriva do sânscrito e significa "nobre". O termo “raça ariana” teve seu auge no século XIX até a metade do século XX e foi deveras utilizado pelo Partido Nazista da Alemanha. Adolf Hitler retomou este conceito proposto por Gobineu para justificar sua política de extermínio dos Judeus e povos não-arianos. O ápice do extermínio foi durante a Segunda Guerra Mundial, onde médicos e cientistas nazistas chegaram a tirar medidas de alemães e macacos para comparar com outras “raças” humanas e mostrar para a população alemã que a raça ariana era realmente superior, pois tinham menos semelhanças com os primatas do que as demais raças. Segundo cientistas atuais, esta superioridade da raça ariana, defendida pelos alemães, não é verdadeira e como fora antes mencionado, apenas foi utilizada para justificar as medidas de extermínio utilizadas pelos nazistas, o que comprova o mal que o fanatismo pode causar através de atos insanos e violentos, pois os fanáticos nazistas, como pode ser observado, através do que fora supracitado, não demonstravam nenhum respeito pela vida humana.
Retomando nossa abordagem sobre fanáticos paranoicos e parafrênicos, se faz necessário esclarecer que os indivíduos diagnosticados como paranoicos alcançam o gozo psíquico ao serem olhados ou perseguidos, já parafrênicos, a exemplo de Hitler, chegam ao ápice da sensação denominada gozo psíquico, através de ações inteligentes que culminam na perseguição e extermínio de milhares de vidas humanas, donde extrai um quantum de gozo sádico. Hitler, fanático e parafrênico, usou toda sua inteligência para tentar dizimar os judeus, porém, antes desta atitude ser julgada como um ato criminoso era uma exigência interna de seu próprio psiquismo, uma vez que para o fanático, seus atos não são considerados, dentro de suas crenças ideológicas, políticas ou religiosas como atos terroristas ou de violência gratuita. Eles realmente acreditam que seus atos são atos de amor, pois eles tentam salvar a humanidade, uma vez quecreem que forameleitos por uma divindade superior, cuja missão na terra é salvar esta humanidade fadada a condenação e a mercê do mal, não importando o que tenham que fazer para que tal determinação se cumpra.
Certamente existem muitos gruposformados por fanáticos paranoicos pelo mundo, no entanto o pior tipo de fanático é o fanático parafrênico, pois visa de fato destruir em atos calculados "os impuros", "os infiéis", enfim, todos os que não concordam com ele.
Na parafrenia, a compulsão de observar e atuar o ser do outro, alimenta seu delírio interno. O parafrênico "faz acting out em nome de..." e jamais assume seu ato criminoso, pondo a responsabilidade em alguém que para ele encarna o "mal". Para sua "lógica", as vítimas são os únicos responsáveis. É curioso observar que ontem os judeus se agarravam ao sacrifício do holocausto como modo de explicação da tragédia em que eram vítimas, mas hoje a ultra direita israelense, no poder, parece resgatar dos nazistas essa terrível ideia da "solução final" contra os palestinos.
Durante o Julgamento de Nuremberg, Goering, o braço direito de Hitler, afirmou que cumprira ordens e não admitia ser um criminoso, nem se considerava culpado ou com remorsos pelo extermínio. Ele atribuía a culpa pelo genocídio aos próprios judeus e não aos seus carrascos nazistas. Os israelenses da "era Sharon" também não se responsabilizam pelos atos criminosos de Israel contra os palestinos generalizados como terroristas.
Se no fanatismo o sujeito inexiste para ceder lugar a um ser superior, considerado autoridade máxima ou até mesmo divindade, então faz sentido não assumir a responsabilidade de seus atos criminosos, intolerantes, preconceituosos, hediondos, porque todos esses atos são, para eles, justificáveis, uma vez que estes são vistos como obras do Senhor, ou seja, são ações consequentes da eleição divina onde o sujeito é nadificado para dar lugar ao discurso delirante da salvação messiânica .
O mundo do qual o fanático faz parte foi dividido entre os eleitos e os que continuam nas trevas, os quais precisam ser salvos ou serem combatidos por todos a qualquer custo, pois representam as temidas forças do mal.

2.    Religião , Fanatismo e Alienação social

De acordo com Walmor Piccinini,no Brasil é comum, haver uma mistura da religiosidade e da psicopatologia, tornando-se difícil estabelecer os limites entre uma e outra, onde termina a doença e começa a religiosidade, e vice-versa.
Todos os movimentos de massa, principalmente os religiosos geram em seus adeptos a disposição para morrer em nome da causa, à qual defendem, assim como a tendência para a ação unida, ou seja, todos, independente da doutrina que pregam, alimentam o fanatismo e alienam socialmente os seus partícipes. Todos eles deflagram um poderoso fluxo de atividades em certos setores da vida e exigem uma fé cega e uma submissão total.
Curiosamente, a história das religiões, sobre tudo as que são de origem cristã, se impuseram pela força, ou seja, a história das religiões está marcada por violência e guerras. Pode-se afirmar, inclusive, que a maioria dos conflitos contemporâneos têm sido tomados como resultado de confrontos religiosos. Contudo, esses conflitos têm causas bem mais complexas, que envolvem questões políticas, econômicas, sociais, raciais e culturais e não somente o propósito religioso, como se propaga.
Como exemplo do que fora supracitado, pode-se recordar da instauração dos tribunais da santa inquisição, na idade média, pela igreja católica. Tal fato ocorreu durante os séculos XV e XVI, mais precisamente entre os anos de 1450 e 1750, quando a ideia teocentrismo cede lugar ao antropocentrismo, gerando assim um certo desequilíbrio e a dispersão das funções e poderes da Igreja, que com o intuito de resgatar o seu poder,  instaurou estes tribunais, dando início ao período de horror, que ficou conhecido nos livros de história como “Caça às bruxas”. Acredita-se que cerca de trinta e cinco mil a sessenta mil pessoas foram incriminadas, julgadas e condenadas à morte, sendo a maioria do sexo feminino, abrangendo, inclusive, crianças.
As culturas pagãs, ou seja, todas aquelas contrárias ao cristianismo ou ao judaísmo tornaram-se um prenúncio de coisas más.A partir do ano 1320 a Igreja afirmou oficialmente que a bruxaria e a religião pagã significavam uma ameaça, ou seja, uma séria intimidação ao Cristianismo. Assim, principiava-se, pouco a pouco, o acossamento aos ímpios.A caça as bruxas ocorreu simultaneamente a grandes mudanças sociais que estavam acontecendo na Europa, que foi arrasada nesta época por várias guerras, cruzadas, pragas e revoltas dos camponeses. Havia uma busca incessante pelos culpados por esse quadro. Verdadeiras atrocidades foram cometidas em nome de uma religião. Seus seguidores fanáticos torturam e mataram milhares de inocentes. Esse período negro da história comprova o quão mal e alienante é o fanatismo religioso.
Das cruzadas aos conflitos muçulmanos no Oriente Médio e na África, a violência foi uma constante no encontro entre religiões, é aí que se mostra a face sombria da religião, representada pela violência, insensatez e a fé cega e irracional dos fanáticos que as seguem e que mantém os fiéis alienados.
Segundo Karl Marx “a religião é o ópio do povo”, estas palavras nos mostram o quão alucinógeno e entorpecente é o poder da religião sobre aqueles que sofrem, pois uma vez fragilizados, estão ávidos por aplacar a dor e o sofrimento, dessa forma, as palavras dos seus guias espirituais agem como bálsamo para esta dor, a qual se veem impotentes para curar. Ainda de acordo com Marx, a religião só existe numa sociedade marcada pela alienação e uma vez desaparecida essa alienação, numa sociedade livre em que não haja opressores, ou seja, onde não exista alguém que ostente qualquer sinal de superioridade hierárquica, desaparecerá também a religião, pois para Marx a religião é fruto da alienação.
As palavras de Marx, apesar de demonstrarem um tão radical, possuem uma certa razão se considerarmos que alienação social e consequentemente o fanatismo, sempre acompanharam as religiões diversas ao longo da história da humanidade. Contudo é pertinente lembrar que os homens é que fazem as religiões e não as religiões que fazem os homens. O problema real não está na religião, na fé, nas crenças, mas nos homens que as conduzem, interpretam e as impõem aos seus seguidores, muitas vezes aproveitando-se deste para obter algum benefício em detrimento dos seus comandados crédulos e alienados.
O fanatismo religioso ocasiona a separação entre os diversos segmentos e isso torna-se o principal gerador de conflitos e intolerância entre os grupos, levando – os a  cometer até crimes religiosos. Neste contexto vemos que as religiões que possuem uma ala fundamentalista, são sempre as mais atuantes. Cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, sempre consideram seus inimigos aqueles que professam uma fé diferente e, portanto, este motivo é o bastante para justificar violência e guerras.
Conforme um estudo realizado pelo Centro de Recursos da Paz de Santa Bárbara, na Califórnia (EUA), das 32 guerras em curso ao redor do globo, em 1988, 25 delas tinham uma significativa dimensão étnica, racial ou religiosa.
Infelizmente, quando uma religião é a força governante de uma sociedade, o fanatismo oriundo dela produz horror. Quanto mais fortes as crenças sobrenaturais, pior a desumanidade.  Uma cultura dominada pela fé fanática e irracional torna-se cruel com as pessoas que não comungam com sua doutrina.Portanto, reiteramos e ratificamos o que já fora explicitado anteriormente,o grande problema não está nas religiões ou na fé, o problema está no fanatismo que as acompanham.

3.    Características do fanatismo
O psicólogo francês, J-M. Abgrael resume o método de doutrinação fanática em três etapas:
                     I.        Sedução das pessoas; 
                    II.        Destruição da antiga personalidade, eliminação dos elos familiares, sociais e profissionais;
                   III.        Construção de uma nova personalidade, de acordo com o modelo e às regras da seita.
O fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, à crença numa verdade ou num sistema de verdades que, uma vez aceitas, não devem mais ser postas em discussão e rejeitam a discussão com outros, portanto se está convicto de que a sua é a única verdade aceitável, se não se está disponível a ouvir a opinião do outro, se quer impor ao outro os seus ideais ou se considera o outro um inimigo, um adversário pelo simples fato de que o outro não concorda com a ideologia defendida pelo seu grupo, certamente você está apresentando sintomas de fanatismo.
O fanático costuma isolar-se da convivência familiar e social e adotam um modo de vida narcísico, no modo padronizado de vestir, usar o cabelo, na linguagem utilizada, atitudes em geral, até nos slogans que repetem incessantemente e punem aqueles que desobedecem ou se recusam a obedecer estas regras impostas. Tudo isso é feito para que ele sinta-se parte integrante de um grupo, aos quais ele denomina “irmãos”. O indivíduo passa a sentir-se especial, apto a realizar a “missão”. Pessoas solitárias, que sofreram grandes perdas, desilusões ou que passam por grandes problemas são mais suscetíveis ao chamado de seitas fanáticas ou apresentam maior facilidade a tornar-se um fanático religioso, quando seduzido pelas promessas de salvação e resolução de todos os problemas, pois estas fazem parte das estratégias utilizadas pelas seitas para arrebanhar novos fieis, estas inclusive investem muito em programas produzidos para solitários que sofrem insônia e depressão nas madrugadas. Os desesperados sentem-se atraídos pela ilusão deuma nova vida, cheia de felicidade e facilidades.
No parágrafo anterior, fora dito que os solitários são mais suscetíveis à conversão e, por conseguinte, ao fanatismo. Essa afirmação é reiterada, ao observarmos que a frustração, a desilusão, a solidão por si mesmas, sem qualquer estímulo de proselitismo exterior, pode gerar a maioria das características peculiares do crente convicto e consequentemente do crente fanático, lembrando que o sentido de crente, aqui usado, é o denotativo, real, aquele que crê em algo, uma vez que não nos referimos a uma religião em específico. Também percebemos que uma técnica eficaz de conversão consiste basicamente em inculcar e fixar tendências e reações próprias da mente frustrada. Um movimento proselitizador deliberadamente inculca em seus adeptos um estado de espírito frustrado, isso servirá aos interesses dos seus líderes, uma vez que dessa forma torna-se mais fácil manipulá-los, pois todos estão ávidos por aceitação, por salvação, pelo fim das dores e frustrações.
O fanático quer impor a todos de modo tirânico a sua verdade, que é considerada única e é extraída de sua inspiração ou crença absoluta. Outras características do fanático são a intolerância, o preconceito e o egoísmo. Sobretudo acredita ser um instrumento divino, eleito por Deus para corrigir a humanidade, livrando-a dos impuros e infiéis. Ele não se julga culpado por suas ações, uma vez que age a favor do divino. Todos os seus atos são atos de amor. Sua obediência é cega. Transforma-se num ser subserviente que não ousa discordar das ordens dos seus superiores, mestres espirituais, ensinamentos, mesmo que estes prejudiquem seu semelhante.
Todos que não comungam com suas ideias estão fadados à condenação, uma vez que servem ao mal. São pessoas que merecem cuidados e atenção, pois são capazes de verdadeiras insanidades que podem prejudica-los e a outras pessoas inocentes.
O fanatismo religioso nos levaao sectarismo, consequentemente perdemos nossa liberdade de consciência, pretendendo uma liberdade dirigida, no que diz respeito ao pensamento e isso transforma o homem, antes livre, em um sujeito servil, escravo de postulados que lhe proíbem a expansão da alma pela ideia e pela razão. 
O fanático é a antítese do herói e do entusiasta. Enquanto o  herói e o entusiasta lutam por uma causa justa, o fanático, como já fora dito, torna-se intolerante às ideias alheias. O herói e o entusiasta podem até morrer pela causa que defendem, mas jamais o fazem em nome do proselitismo, violentando a liberdade do outro, sobrepujando-o ou submetendo-o à sua vontade. Já o fanático utiliza-se de meios violentos e cruéis para consegui-los, uma vez que ele coloca uma causa suprema, justa ou delirante, acima da vida dele e dos outros.
Embora existam diferenças evidentes entre os fanáticos sejam eles cristãos, maometanos, nacionalistas, comunistas, nazistas, ou de qualquer outro segmento, o fato é que o fanatismo que os anima, pode ser tratado como um só. O mesmo pode ser dito em relação à força que os impulsiona para a expansão do domínio do mundo. Há uniformidade em todos os tipos de dedicação, fé, conquista do poder, união e auto-sacrifício, apesar do conteúdo das causas, bem como as doutrinas sagradas serem diferentes e até divergentes, há certa uniformidade,nos fatores que as tornam efetivas. Por mais que sejam diferentes essas causas sagradas pelas quais os homens são capazes de dar cabo a própria vida, todos morrem basicamente pelas mesmas coisas, ou seja, a salvação da humanidade.
O fanático está em toda parte, sempre em ação, quer seja convertendo, antagonizando, vai tentando moldar o mundo à sua própria imagem e quer estejamos a seu favor ou contra ele, é crucial sabermos suas características e potencialidades, para que possamos fugir ou não nos transformarmos em um.

4.    Prevenção contra o fanatismo
O fanático é uma espécie de idólatra, pois vive exclusivamente para cultuar algo dito supremo, divino e quem adere a esse tipo de prática, exerce a idolatria – um círculo ilusório, que conduz sempre ao mesmo ponto. Os fanáticos têm medo da incerteza, e por isso são determinados e rígidos, focados numa ideia, a qual não permite ponderações, dúvidas, sempre em uma única direção, como se estivessem caminhando numa via de mão única. Tudo começa com a necessidade de viver a vida através de outra pessoa, ou seja, a essência do fanatismo está no desejo de fazer as outras pessoas mudarem é que, de preferência, comunguem com seus ideais, sua doutrina, seu modo de viver, pensar e agir. Agir e pensar de acordo com a sua vontade, indo contra ao que lhes é imposto pela seita que seguem é, para o fanático, algo inimaginável, pois isso soa à indisciplina e individualismo. A pessoa que não se deixa envolver, condicionar é considerado desprezível. O fanático é o que renunciou à crítica, porque aceitou integralmente um processo que se desenvolve a revelia do seu discernimento.
Conhecendo as características de um fanático, a melhor estratégia é manter-se lúcido e não perder o senso crítico, a capacidade de diferir o certo e o errado. Ponderar sempre as decisões tomadas, principalmente àquelas que envolvem terceiros.
É imprescindível colocar-se no lugar do outro e entender que não é necessário concordar com aquilo que não está de acordo com suas crenças e ideologias, contudo é um dever respeitar a escolha do outro, enquanto cidadão brasileiro, já que vivemos num estado laico e, portanto, temos o direito de livre escolha de crenças e credos.
Coagir, violentar o direito do outro, excluir, agredir, todas estas ações são crimes passíveis de punição. Agir com tolerância, sem esquecer que somos seres pensantes e que esta característica nos difere das demais espécies de animais, deveria refrear qualquer ação que pudesse prejudicar nossos semelhantes.
A ignorância e a falta de criticidade impulsionam e fortalecem o fundamentalismo religioso. A cada dia as pessoas estão ficando robotizadas, insensíveis a dor alheia, têm medo de pensar por si mesmas e assim se permitem envolver doutrinas que corroboram o fanatismo.
Tomar consciência das escolhas feitas e dos atos praticados faz-se urgente, assim como também é imprescindível buscar o equilíbrio, pois é propício lembrar que todo excesso é prejudicial.

5.    Conclusões
Por fim, o fanatismo pode ser algo extremamente contagioso. A linha que o separa da fé é muito tênue. Seguir uma religião, alimentar a fé em algo é saudável e benéfico aos seres humanos, afinal desde os primórdios, o homem já cultivava crenças e praticava seus rituais religiosos. O problema está nos excessos. Por essa razão é necessária uma boa educação, informação, manter a mente aberta, pois se não é possível erradicar este mal que assola o mundo, precisamos, no mínimo, combatê-lo fervorosamente. Ninguém está imune a esse tipo de sentimento, é muito fácil, durante um período de fragilidade emocional, sermos seduzidos por alguma doutrina que nos prometa salvação ou resolução para nossos infortúnios, nossas desventuras. Também não objetivamos que a leitura deste trabalho os levem para o outro extremo e assim os leitores deste sejam transformarmos em fanáticos antifanáticos, radicais antifundamentalistas, afinal, temos a consciência de que não é possível derrotar o fanatismo, contudo podemos contê-lo, fomentando o respeito pela diversidade, a criticidade e o bom senso.

Referências bibliográficas:

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