terça-feira, 31 de março de 2020

Atividades da quinzena 30 de março a 13 de abril de 2020

Atividade de Interpretação do Livro - 7ºA


Viagem a Lilipute


Gulliver era um médico inglês que adora viagens e aventuras. Como sua clientela era pequena e ele vivia em dificuldade financeira, aceitou o convite para ser o médico da tripulação do navio Antílope. Assim, embarcou para as Índias, em 1699. A viagem, no início, transcorreu bem. Porém, perto das Índias Orientais, uma violenta tempestade atingiu o navio, e a tripulação lançou-se ao mar em pequenos barcos. Gulliver estava num deles com alguns companheiros, mas, depois de algumas horas remando, foi lançado ao mar por uma enorme onda que virou a embarcação. Só restava nadar...
[...] Depois do susto inicial, Gulliver aos poucos ganha a confiança dos habitantes e do rei de Lilipute. Assim, recebe roupas novas, um lugar para dormir e começa a participar de festividades, tornando-se um amigo fiel do rei. Mas Lilipute tem um inimigo, Blefusco, um país vizinho cujo monarca vivia querendo invadir Mildendo, capital de Lilipute, por este ser um país mais rico e desenvolvido.
[...] O serviço de espionagem de Sua Majestade trouxe a notícia de que poderosa frota estava ancorada no porto de Blefusco e dentro de poucos dias invadiria Lilipute. Fui chamado ao palácio e o imperador me deu ordem de impedir a qualquer preço o desembarque das tropas inimigas em Mildendo.
“Descansei algumas horas à beira da estrada e entrei no canal. Nos trechos mais profundos tive que nadar, mas fiz a pé a maior parte do trajeto e quando cheguei a Blefusco, na enseada onde foi construída a capital, assisti a um belíssimo espetáculo: cinqüenta navios de guerra se exercitavam em manobras de combate. Para que não me vissem, fiquei sentado dentro da água e procurei não fazer movimentos que denunciassem minha presença. Mas foi inútil. Um dos navios da frota abandonou a formação e saiu em minha perseguição. Do convés centenas de marinheiros começaram a disparar suas setas e a acionar pequenos canhões, carregados de minúsculas lanças. Daí a pouco, quase todos os navios me atacavam e fui atingido no peito e nos braços. Rapidamente me levantei, mas, mesmo assim, algumas setas me feriram o rosto. Com receio de que me vazassem o olho, voltei correndo para Lilipute, nadando com a maior velocidade possível nos trechos onde o canal era maisprofundo.
Em Mildendo contei ao imperador o que se passava e pedi-lhe que mandasse fabricar cabos metálicos, semelhantes aos usados na minha captura, e pequenos ganchos de ferro.
Uma semana depois recebi os cabos e ganchos e parti para Blefusco, disposto a evitar surpresas desagradáveis.
Segui lentamente pelo canal até chegar bem perto da capital inimiga. A frota estava ancorada ao longo da enseada. Aproximei-me, tirei do bolso o canivete e cortei as amarras que prendiam os navios a terra. Amarrei-os depois uns aos outros e os reboquei, utilizando os ganchos quetrouxera.
Em desespero, oficiais e marinheiros se jogavam às ondas. Os mais afoitos, porém, não abandonaram os navios e atiravam em minha direção com todas as armas disponíveis. Mas dessa vez eu levava meus óculos e não havia perigo de ser ferido nos olhos. Agi tranquilamente e saí devagar pelo canal, rumo a Lilipute.
Quando cheguei a Mildendo, o imperador e os ministros me esperavam na praia. Ficaram satisfeitos com minha proeza e me deram o título de nardaque – a mais alta distinção concedida a um estrangeiro, em tempos de paz ou de guerra.
Ouvi discurso de vários ministros e o próprio imperador, em rápidas palavras, agradeceu em nome do povo o que eu fizera por Lilipute. Terminando, pediu-me que voltasse a Blefusco, aprisionasse toda a população, trouxesse para Mildendo os navios de guerra e de transporte, porventura ainda ancorados no porto, e matasse todos os políticos liliputianos asilados em Blefusco [...].
Recebi os abraços, homenagens e discursos em silêncio. Quando a festa acabou, disse ao imperador que não podia, infelizmente, cumprir suas ordens, pois, embora estivesse sempre à disposição
da Coroa para ajudar Lilipute, jamais poderia servir de instrumento para oprimir um povo corajoso como o de Blefusco. E deixei claro que não pretendia envolver-me em questões políticas, nem assassinar exilados.”
(Jonathan Swift. Viagem de Gulliver. Texto em Português de Esdras Nascimento. 16ª ed. Rio deJaneiro.
Ediouro.2001.p.9-12.)

  1. Viagens de Gulliver é uma narrativa de aventura. O que diferencia uma narrativa de aventura de outras narrativas em geral? Justifique sua resposta, com elementos dotexto.




  1. Entre Lilipute e Blefusco havia uma disputa. Tomando como base o texto, explique: Qual era o motivo dessa disputa? Justifique suaresposta.





  1. Gulliver, aos poucos ganha confiança do povo e do rei de Lilipute. Por conquistar a confiança desses habitantes, praticamente tornou-se um membro da comunidade. Ao iniciar o conflito entre Blefusco e Lilipute, ele atendeu ao pedido do rei de impedir o desembarque do povo inimigo, mas não atendeu ao segundo pedido: prender a população, trazer navios de guerra e de transporte e assassinarexilados.

  1. Gulliver atendeu ao primeiro pedido e não ao segundo. Houve coerência em sua decisão? Justifique sua resposta.




  1. A decisão de Gulliver revela um pouco da sua personalidade. Que característica de seu caráter demonstra diante talatitude?




  1. Jonathan Swift escreveu uma história de aventuras que, além de divertir, indiretamente fazia crítica a seu próprio país, a Inglaterra, e a outros países europeus do século XVIII. Supondo que Lilipute represente a Inglaterra e outros países da época, qual seria a crítica que o autor buscou fazer com a obra?




  1. Observe os verbos e os pronomes relacionados ao narrador empregados na parte do texto narrada por Gulliver eresponda:

  1. Em que pessoa eles estão?


  1. Como é classificado esse tipo de narrador? Justifique sua resposta.

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