terça-feira, 31 de março de 2020

Atividades da quinzena 30 de março a 13 de abril

Atividade Avaliativa Integrada de Literatura e História - 9º ano

Livro: "O Vampiro que descobriu o Brasil"


O Vampiro que descobriu o Brasil conta a história de Antônio Brás, um comerciante, proprietário de uma taberna que funcionava no porto da praça principal de Restelo (é um bairro no extremo ocidental da cidade de Lisboa), a pouco mais de uma légua de Lisboa.
Numa noite fria de inverno, quando encerrava mais um longo dia de trabalho, Antônio foi atacado por um comandante. O mesmo cravou-lhe os caninos no pescoço deixando-o caído ao chão e com o sangue escorrendo pelo corpo. Após o incidente sentia-se bem, disposto, e cheio de energia até, mas estranhava o fato de não conseguir comer e nem beber nada. A partir do terceiro dia o sol empolava estranhamente sua pele, o corpo doía e começou a enfraquecer.

1) Como o personagem Antônio Brás descobriu que era um vampiro?

2) Por que o velho vampiro incorporava as pessoas mais ilustres da história nacional?

3) O que Antônio Brás fazia antes de tornar-se imortal?

4) Quais eram as épocas históricas abordadas no livro?

5) Que tipo de narrador se faz presente na narrativa?


6) De que maneira Antônio Brás poderia reverter a sua situação para voltar a ser humano?

7) Que atitudes e os valores que organizaram as relações humanas ao longo da história do livro o vampiro que descobriu o Brasil e nossa história?

8) Explique as mudanças e permanecias dos valores éticos e morais existe de coincidências no momento atual da história do Brasil?

9) Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias mais usadas são: narração, descrição, dissertação, argumentação, informação e injunção. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual. Diante dessas informações é correto afirmar, que livro O Vampiro que descobriu o Brasil pertence a que tipo textual?
A) Narrativo. B) Dissertativo. C) Expositivo. D) Argumentativo.

10) Identifique o tempo e o espaço do livro lido, sabendo-se que:
O tempo é um elemento de construção da narração e pode estar presente no seu texto como cronológico ou psicológico.
O espaço é um elemento muito importante para a narrativa, justamente por construir de fato a história. Através dele podemos sugerir características para os personagens e compreender ou inferir situações sociais. O espaço também serve para construir um “plano de fundo” para a história acontecer.

11) A vida de Antônio Brás e a do Brasil se encontram em vários momentos. O desejo de salvar-se leva o personagem a testemunhar muitos fatos importantes, pois o Velho poderia estar envolvido neles. Indique quem eram os personagens escolhidos pelo Velho para participar da História do Brasil:
A)Durante o descobrimento do Brasil:
B)Resistência de Matias Albuquerque:
C)Na Inconfidência Mineira:
D)Na chegada da Família Real ao Rio de Janeiro:
E)Na Proclamação da República:

12)Seguindo a trajetória de Antônio, acompanhamos diversos eventos da História do Brasil e nos envolvemos com suas trapalhadas na caçada ao vampiro. Mas o livro não conta todos os fatos de nossa história. Dentre os acontecimentos históricos relacionados a seguir, ASSINALE COM UM “X” aqueles que não são focalizados no livro:

A- ( ) A chegada de Cabral
B- ( ) As lutas pela expulsão dos franceses na Guanabara
C- ( ) As lutas contra o Quilombo dos Palmares
D- ( ) A repressão à Inconfidência Mineira
E- ( ) A proclamação da República
F- ( ) A Guerra de Canudos
G- ( ) A “Era Vargas”
H- ( ) A revolução paulista de 1932

13) Para manter-se no encalço do Velho, Antônio dispõe de algumas pistas que lhe foram dadas por Domingos, no primeiro encontro dos dois em 1500 e no reencontro, já no século XVIII.

A) Qual é a pista mais importante, aquela que vai permitir a Antônio localizar o Velho e, ao mesmo tempo, permitir ao narrador apresentar a História do Brasil?

B) Quais os sinais ou indícios, revelados por Domingos, de que o Velho pode estar possuindo um corpo humano? E quais os testes realizados por Antônio?

14) Para a pesquisa histórica, é muito importante conhecer diversas versões do mesmo fato. Neste exercício, como se fosse um historiador, você vai comparar versões diferentes da Inconfidência Mineira. O texto abaixo foi extraído do livro História do Brasil para principiantes, de Carlos Eduardo Novaes:

“Vários conspiradores são condenados à morte ou ao degredo. O processo judicial se arrasta por dois anos e a rainha Maria I acaba transformando todas as penas capitais em exílio. Menos para Tiradentes, que é enforcado em abril de 1792 no campo de Lampadosa, Rio de Janeiro.”


Releia o trecho das páginas 51 e 52 de “O vampiro que descobriu o Brasil” que trata do mesmo assunto. Agora faça uma comparação entre a maneira com que as obras focalizam o mesmo assunto, apontando em que elas se assemelham e em que elas diferem.

15) Num dos reencontros dos dois amigos vampiros, Domingos comenta com Antônio: “O verdadeiro vampiro é o tempo... ele suga a vida. Mesmo a nossa, Antônio, que parece eterna, mas que pode acabar.” O que você pensa sobre esse comentário de Domingos? Você concorda com ele? Por quê?

Atividades do período entre 30 de março a 20 de abril de 2020

Língua Portuguesa Os Miseráveis (8º ano)

ATIVIDADE 1

1.Pode-se dizer que o título se refere à miséria moral e material? Por quê?
2.Pedir que a classe discuta para responder: qual o principal fator da miséria de cada um? (caso a caso).
3.Pedir que a classe discuta para responder: segundo o autor, “os miseráveis” são vítimas ou responsáveis por sua miséria? Por quê?

ATIVIDADE 2
Victor Hugo dizia que o século XIX era o “século das mulheres”. Há controvérsias — há quem afirme que o “século das mulheres” foi o século XX.
1.Em Os miseráveis, qual personagem feminina indica mudanças na situação das mulheres? Por quê?

ATIVIDADE 3
V ictor Hugo era amigo pessoal de Eugène Delacroix, que pintou, em 1830, A liberdade guiando o povo. Esse óleo sobre tela tem 3,25 metros de largura por 2,60 metros de altura e representa o “28 de julho”, um dos três dias da insurreição popular de 1830. Trata-se da revolta que aparece em Os miseráveis. Apresentar essa imagem para que a classe analise. A respeito dessa tela:
            https://www.histoire-image.org/fr/etudes/liberte-guidant-peuple-eugene-delacroix
  1. A figura central (Marianne) carrega a bandeira francesa tricolor, criada em 1794 e que havia sido abolida pela restauração monárquica. O que significa a figura central com a bandeira?
  2. Marianne tem na cabeça um boné. O que o pintor quis dizer com isso?
  3. Pedir que a classe analise a figura de Marianne para concluir: qual a extração social da mulher que a encarna? Justificar a resposta.
  4. Diante de Marianne, à direita, há um rapazote. Com sua boina de veludo preto, sugere o personagem de Gavroche. Por que se pode estabelecer essa relação?
5)Em quase todas as escolas e edifícios públicos franceses há um busto de Marianne. Sua imagem também aparece em selos e estampava a moeda francesa (o franco) antes da adoção do euro (moeda da comunidade europeia). Essa personagem simboliza a França e teve origem em 1792, quando foi proclamada a Re­pú­blica. Sua imagem geralmente traz um boné, como o que era usado pelos revolucionários. Esse boné é uma referência aos ex-escravos do Império Romano, que o usavam para assinalar sua liberdade recuperada.
6)Pedir que a classe responda se em Os miseráveis há alguma personagem como Marianne, justificando sua resposta.

ATIVIDADE 4
Victor Hugo descreve a França do século XIX. O país se industrializava e enriquecia alguns, enquanto homens, mulheres e crianças trabalhavam até quinze horas por dia em troca de salários muito baixos. As terríveis condições de vida e trabalho levaram os trabalhadores a lutarem por mudanças.

1.Pedir que a classe compare essas condições com as de trabalhadores brasileiros da atualidade.
2.Como a luta dos trabalhadores aparece em Os miseráveis? Como ela acontece atualmente?

Literatura e cinema
Os miseráveis teve diversas adaptações para o teatro e o cinema. A primeira versão para o cinema surgiu em 1917. Seguiram-se outras versões em 1935, 1952 e 1998, todas produzidas nos Estados Unidos, com ou sem parceria de outros países. Em 2012, surgiu uma versão musical. Os franceses também fizeram suas versões: em 1958, em 1982 e em 1995. Fizeram também um filme para TV em 2000, e uma comédia musical em 1980, com uma versão inglesa em 1985.
No Brasil a obra tornou-se novela: a da TV Tupi, em 1958, adaptada e dirigida por Aluisio de Azevedo, e a de 1967, dirigida por Walter Negrão para a tv Record.
ATIVIDADE 5
1. Fazer uma comparação entre o filme e o livro para apontar diferenças entre ambos.

2. Uma possibilidade de ampliação dessa análise é que se proponha aos alunos a seleção de um trecho do livro a ser adaptado em um vídeo. Pode-se acrescentar a essa proposta uma restrição desafiadora (por exemplo, que o vídeo não possa ter atores; que use técnicas específicas, como o stop motion; ou ainda que tenha uma duração determinada).

Atividade sobre os personagens 6
Quem são os miseráveis em Os miseráveis? Que papéis sociais desempenham? Descreva-os.

O romance histórico
Uma das características do romance histórico é a escrita ficcional impregnada de ações verossímeis que se aproximam pela data, temática ou descrição de eventos históricos.

O trabalhador e a representação da coletividade
A literatura do século XIX dá visibilidade ao trabalhador e à exploração do trabalho. A partir daí, o trabalho e o trabalhador ganham o status de tema a ser abordado nas diversas artes.

Atividade Final

1- Faça um pequeno resumo da biografia do autor.



2- Um pequeno resumo do enredo de “Os miseráveis”.



3- Comente a relação que os personagens abaixo tinham com JEAN VALJEAN, o personagem principal:
a- Fantine : _________________________________________________________________

b- Cosette : _________________________________________________________________

c- Thénardier : _______________________________________________________________

d- Marius : __________________________________________________________________

e- Inspetor Javert : __________________________________________________________________

4. Que fato levou o Jean Valjean para a cadeia? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 Quem foi Monsenhor Benvindo? Comente a atitude do Monsenhor Benvido. Foi justa? Por quê?
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6. Qual o fim do inspetor javert? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7.Em que país passa-se a história?________________________________

8. Qual o período da humanidade está inserido na história?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

09. De quem é a obra "Os miseráveis"?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. O que no livro chamou mais sua atenção?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Depois desse episódio, Jean Valjean pode tornar-se um comerciante e industrial de sucesso e chega ao cargo de prefeito em uma pequena cidade, acobertado sob um nome falso. Que nome Jean Valjean adota a partir de então?
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12.O que foi a Revolução Francesa? Quais as mudanças causadas na Europa devido a este acontecimento?
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14. Quais os temas abordados na obra (exemplo: pobreza, injustiça social, solidariedade, leis, etc.). Você identifica estes mesmos problemas no dia de hoje? Comente.
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15. Explique qual foi o fato que mudou a história do protagonista.
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16.Na descrição que Victor Hugo faz da vida do personagem Jean Valjean, podemos observar que há o cuidado de evidenciar as circunstâncias que o levaram ao crime:
Jean Valjean, de humilde origem camponesa, ficara órfão de pai e mãe ainda pequeno e foi recolhido por uma irmã mais velha, casada e com sete filhos. Enviuvando a irmã, passou a arrimo da família, e assim consumiu a mocidade em trabalhos rudes e mal remunerados (...). Num inverno especialmente rigoroso, perdeu o emprego, e a fome bateu à porta da miserável família. Desesperado, recorreu ao crime: quebrou a vitrina de uma padaria para roubar um pão. (...) Levado aos tribunais por crime de roubo e arrombamento, foi condenado a cinco anos de galés. (...) Mesmo na sua ignorância, tinha consciência de que o castigo que lhe fora imposto era duro demais para a natureza de sua falta e que o pão que roubara para matar a fome de uma família inteira não podia justificar os longos anos de prisão a que tinha sido condenado. Responda: a adesão de Jean Valjean ao crime foi voluntária?
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17. O Sr. Madeleine toma conhecimento do caso de Fantine. De que modo ele tenta ajudá-la?
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18.Que destino tem esse casal [Thénardier] no final do romance?




Resumo da obra:
Os Miseráveis é um clássico da literatura francesa escrito no século XIX e traduzido por Walcyr Carrasco. É um livro que trata de vários temas referentes a questões morais. Trata também questões sentimentais e principalmente fala sobre as injustiças sociais.
O livro tem como personagem principal Jean Valjean, ex-presidiário, rancoroso, que por roubar pão para ajudar uma família cumpriu pena por 19 anos nas Gales. Gales, eram barcos movidos a remo onde os remadores trabalhavam acorrentados e recebiam um soldo mínimo que ficava guardado até libertarem-nos.
Ao sair do presídio Jean tentou levar uma vida honesta, buscou por vários trabalhos mas quando conseguia, recebia menos que os demais, isso devido a sua condição de ex-presidiário. Por isso tentou buscar outra cidade, mas chegando lá, ao tentar alojar-se, seus proprietários faziam uma consulta cadastral, onde ao obterem a resposta de que era um ex-detento, não deixavam-no sequer hospedar-se mesmo pagando. Isso o deixava revoltado.
Uma senhora vendo-o a noite deitado no banco da praça a noite, levou-o até a Casa Paroquial, onde o Bispo o recebeu generosamente. Jean pensou que ele era um simples padre e foi logo contando seu problema. Por sua vez, o Bispo com sua índole elevada acolheu-o de bom coração sem julgá-lo.
Na Casa Paroquial haviam riquezas em objetos como castiçais de prata, usados nos rituais eucarísticos. Ao acordar de madrugada, Jean recordando a sua história e vida amarga, começo a pensar nas riquezas que haviam no cofre que ficava aberto e decidiu roubá-lo.
Assim cuidadosamente abriu o armário e guardou os utensílios de prata no saco em seguida pulou a janela e fugiu.
Desconfiados os policiais da cidade o prenderam portando aqueles objetos e o levaram ao reconhecimento do Bispo. Perguntando se Jean o havia roubado. O Bispo em um gesto nobre e para não prejudicá-lo disse que havia doado os utensílios de parta, para que Jean vendesse e pudesse usar para recomeçar a sua vida tornando-se um homem honesto e de bem. Libertaram-no e devido aquele ato nobre Jean agradeceu e partiu pensativo.
Em suas perambulações conheceu várias pessoas que seriam importantes em algum momento em sua vida. Assim ele mudou de cidade, vendeu os utensílios e montou uma fábrica usando outro nome. Lá conheceu Fantine que contou tudo de sua vida a ele que prometeu ajudá-la. Fantine antes de morrer havia dito que tinha uma filha que devido as circunstancias vivia em casa de uma família chamada Ostenardier, pessoas essas de índole duvidosa e gostaria que a buscasse. Fantine faleceu e neste meio tempo Jean foi ao encontro desta família encontrando Cosette. Ele a levou e a criou e ela o chamava de pai.
Mesmo sendo empresário ,devido a estar em uma cidade onde poucos o conheciam, havia um policial que o perseguia e vigiava em busca de descobrir algo sobre sua vida. Esse policial chamava-se Javert.
Assim Jean tentava levar uma vida simples para não chamar muita atenção com sua filha Cossete e como Javert vivia perseguindo-o ele resolveu buscar ajuda com um senhor que em momentos outros de sua vida, necessitou de sua ajuda. O senhor Fauchelevent retribuiu o favor escondendo-os no Convento e conseguindo um abrigo para que morassem. Jean tornou-se jardineiro do convento e sua filha Cosette estudava como aluna bolsista do convento e assim ficaram cerca de 10 anos ocultos e livres da perseguição do policial.
Cosette cresceu e tornou-se moça conheceu Marius e mais tarde casou-se com ele.
Marius investigando a vida do sogro, descobriu que ele era ex-presidiário e proibiu as visitas da filha que Jean havia criado com todo o carinho. Ambos ficaram afastados do convívio sofreram muito por isso por anos a fio. Marius acreditava que Jean havia matado o policial que o perseguia e roubara o empresário tomando posse dos seus pertences, sem saber que o empresário era ele próprio só que com outro nome.
Certo dia, Marius recebeu a visita do senhor Thenard que lhe contou a verdade. O policial havia sido morto pelo delegado e o senhor Madeleine era na verdade o senhor Jean. E contou-lhe principalmente que o senhor Jean havia salvado sua vida nas barricadas. Arrependido, encaminhou-se junto a Corsette a casa de Jean que doente estava já a um passo da morte.
Marius, pedu-lhe perdão e Jean o perdoou. Sua filha Corsette e Jean não tinham sequer palavras pois estavam longe a anos mais o amor de ambos era sólido. Jean havia falado que sempre estava a vê-la mesmo que distante e que a saudade o devorava.Jean avisou que não havia mais tempo esta já a retirar-se da vida sendo chamado por Deus.
Jean no final de sua vida, resignado e libertado de seu rancor, perdoou e falou de sentimentos nobres para filha e Marius principalmente do amor de ambos e ao próximo como a si mesmo.
Ao falecer ele disse estar enxergando um padre. Na verdade, o padre que acompanhava a sua passagem e que ele enxergava era o mesmo que lhe auxiliou a uma vida destinada a ajudar aos outros a ter sentimentos puros e nobres e a combater as injustiças sociais. Mostrando que devemos transformar nossos sentimentos negativos dando lugar a sentimentos generosos.

Atividades da quinzena 30 de março a 13 de abril de 2020

Atividade de Interpretação do Livro - 7ºA


Viagem a Lilipute


Gulliver era um médico inglês que adora viagens e aventuras. Como sua clientela era pequena e ele vivia em dificuldade financeira, aceitou o convite para ser o médico da tripulação do navio Antílope. Assim, embarcou para as Índias, em 1699. A viagem, no início, transcorreu bem. Porém, perto das Índias Orientais, uma violenta tempestade atingiu o navio, e a tripulação lançou-se ao mar em pequenos barcos. Gulliver estava num deles com alguns companheiros, mas, depois de algumas horas remando, foi lançado ao mar por uma enorme onda que virou a embarcação. Só restava nadar...
[...] Depois do susto inicial, Gulliver aos poucos ganha a confiança dos habitantes e do rei de Lilipute. Assim, recebe roupas novas, um lugar para dormir e começa a participar de festividades, tornando-se um amigo fiel do rei. Mas Lilipute tem um inimigo, Blefusco, um país vizinho cujo monarca vivia querendo invadir Mildendo, capital de Lilipute, por este ser um país mais rico e desenvolvido.
[...] O serviço de espionagem de Sua Majestade trouxe a notícia de que poderosa frota estava ancorada no porto de Blefusco e dentro de poucos dias invadiria Lilipute. Fui chamado ao palácio e o imperador me deu ordem de impedir a qualquer preço o desembarque das tropas inimigas em Mildendo.
“Descansei algumas horas à beira da estrada e entrei no canal. Nos trechos mais profundos tive que nadar, mas fiz a pé a maior parte do trajeto e quando cheguei a Blefusco, na enseada onde foi construída a capital, assisti a um belíssimo espetáculo: cinqüenta navios de guerra se exercitavam em manobras de combate. Para que não me vissem, fiquei sentado dentro da água e procurei não fazer movimentos que denunciassem minha presença. Mas foi inútil. Um dos navios da frota abandonou a formação e saiu em minha perseguição. Do convés centenas de marinheiros começaram a disparar suas setas e a acionar pequenos canhões, carregados de minúsculas lanças. Daí a pouco, quase todos os navios me atacavam e fui atingido no peito e nos braços. Rapidamente me levantei, mas, mesmo assim, algumas setas me feriram o rosto. Com receio de que me vazassem o olho, voltei correndo para Lilipute, nadando com a maior velocidade possível nos trechos onde o canal era maisprofundo.
Em Mildendo contei ao imperador o que se passava e pedi-lhe que mandasse fabricar cabos metálicos, semelhantes aos usados na minha captura, e pequenos ganchos de ferro.
Uma semana depois recebi os cabos e ganchos e parti para Blefusco, disposto a evitar surpresas desagradáveis.
Segui lentamente pelo canal até chegar bem perto da capital inimiga. A frota estava ancorada ao longo da enseada. Aproximei-me, tirei do bolso o canivete e cortei as amarras que prendiam os navios a terra. Amarrei-os depois uns aos outros e os reboquei, utilizando os ganchos quetrouxera.
Em desespero, oficiais e marinheiros se jogavam às ondas. Os mais afoitos, porém, não abandonaram os navios e atiravam em minha direção com todas as armas disponíveis. Mas dessa vez eu levava meus óculos e não havia perigo de ser ferido nos olhos. Agi tranquilamente e saí devagar pelo canal, rumo a Lilipute.
Quando cheguei a Mildendo, o imperador e os ministros me esperavam na praia. Ficaram satisfeitos com minha proeza e me deram o título de nardaque – a mais alta distinção concedida a um estrangeiro, em tempos de paz ou de guerra.
Ouvi discurso de vários ministros e o próprio imperador, em rápidas palavras, agradeceu em nome do povo o que eu fizera por Lilipute. Terminando, pediu-me que voltasse a Blefusco, aprisionasse toda a população, trouxesse para Mildendo os navios de guerra e de transporte, porventura ainda ancorados no porto, e matasse todos os políticos liliputianos asilados em Blefusco [...].
Recebi os abraços, homenagens e discursos em silêncio. Quando a festa acabou, disse ao imperador que não podia, infelizmente, cumprir suas ordens, pois, embora estivesse sempre à disposição
da Coroa para ajudar Lilipute, jamais poderia servir de instrumento para oprimir um povo corajoso como o de Blefusco. E deixei claro que não pretendia envolver-me em questões políticas, nem assassinar exilados.”
(Jonathan Swift. Viagem de Gulliver. Texto em Português de Esdras Nascimento. 16ª ed. Rio deJaneiro.
Ediouro.2001.p.9-12.)

  1. Viagens de Gulliver é uma narrativa de aventura. O que diferencia uma narrativa de aventura de outras narrativas em geral? Justifique sua resposta, com elementos dotexto.




  1. Entre Lilipute e Blefusco havia uma disputa. Tomando como base o texto, explique: Qual era o motivo dessa disputa? Justifique suaresposta.





  1. Gulliver, aos poucos ganha confiança do povo e do rei de Lilipute. Por conquistar a confiança desses habitantes, praticamente tornou-se um membro da comunidade. Ao iniciar o conflito entre Blefusco e Lilipute, ele atendeu ao pedido do rei de impedir o desembarque do povo inimigo, mas não atendeu ao segundo pedido: prender a população, trazer navios de guerra e de transporte e assassinarexilados.

  1. Gulliver atendeu ao primeiro pedido e não ao segundo. Houve coerência em sua decisão? Justifique sua resposta.




  1. A decisão de Gulliver revela um pouco da sua personalidade. Que característica de seu caráter demonstra diante talatitude?




  1. Jonathan Swift escreveu uma história de aventuras que, além de divertir, indiretamente fazia crítica a seu próprio país, a Inglaterra, e a outros países europeus do século XVIII. Supondo que Lilipute represente a Inglaterra e outros países da época, qual seria a crítica que o autor buscou fazer com a obra?




  1. Observe os verbos e os pronomes relacionados ao narrador empregados na parte do texto narrada por Gulliver eresponda:

  1. Em que pessoa eles estão?


  1. Como é classificado esse tipo de narrador? Justifique sua resposta.