Foi amor
A lei da física diz que os opostos se atraem. Sempre achei que isso era meio
duvidoso até que conheci duas figuras interessantes. Pessoas completamente
diferentes, que por conspiração do universo, acabaram se conhecendo e se
envolveram numa tórrida história de amor. Essa história é assim mesmo, com H.
Para justificar o registro escrito dessa história, vou usar um trecho de um
texto de Arnaldo Jabor, que eu amo, e que diz o seguinte “Ninguém ama
outra pessoa pelas qualidades que ela tem. Caso contrário os honestos,
simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O
amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor
acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra
pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Esses são só
referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá,
ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos
piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera”.
Pois bem, numa manhã de um ano qualquer, Ele apareceu e não custou para
ser notado por todos. Tinha um sorriso fácil, falava muito e bem, tinha uma
insana necessidade de ser notado, impressionava a todos que o rodeavam pela
forma de se expressar, pelo jeito menino de ser. Era com certeza uma dessas
pessoas que causam impacto quando entram num ambiente, tanto pelo tipo físico,
quanto pela personalidade marcante. Escorpianos são assim mesmo, intensos,
impulsivos, envolventes.
No início, Ela o admirava e sua amizade trazia alegria para a vida
solitária e sem graça que Ela levava. Com o passar do tempo, aquele
sentimento misto de amizade e admiração começou a virar atração. Isso a
incomodava bastante, porque esse tipo de sentimento nunca experimentara. Isso a
assustou e mais assustada ficou, quando percebeu que era correspondida. Como
isso poderia estar acontecendo? Como dois opostos poderiam atrair-se tanto?
Assim comprovava-se a teoria de Einstein. E arrisco
afirmar que além de atraírem-se, os opostos dessa história completavam-se.
Eles foram se envolvendo e numa manhã inesquecível aconteceu o primeiro beijo.
Não foi qualquer beijo. Foi um beijo único, mágico, capaz de fazer parar o
tempo e fazê-los esquecer quem eram e onde estavam. Assim começou a história de
amor mais inusitada da qual ouvi falar. Foi tudo tão intenso, tão marcante, tão
especial, tão único e tão efêmero. Uma história cheia de perfume, músicas,
fugas espetaculares regadas a muito vinho, muito querer, muito prazer, muita
paixão, ótimas conversas e uma perspectiva de recomeço, de uma vida nova.
Quanta felicidade! Ela só conseguia se encontrar quando se perdia,
literalmente, nos braços Dele.
Mas a vida que é
caprichosa bifurcou o caminho pelo qual eles andavam juntos e depois de
inúmeros problemas e desencontros, cada um seguiu um caminho diferente. Então
da mesma forma que Ele, sem pedir permissão, entrou em sua vida e tomou
conta de seu coração, foi embora, sem mais, nem talvez. Certa vez, li em algum
lugar que os amores são eternos quando impossíveis, talvez seja esse o caso.
Quem sabe um dia,
um dia sem sol, nem chuva, um dia comum, sem extremos, um dia quente como a
sensação que lhe invadia o corpo quando Ele
a tocava, neste dia os dois se reencontrem, longe de todos os problemas e
circunstâncias que os cercam e os separam. A vida é tão louca e dá tantas
voltas, quem sabe esse dia aconteça?
E assim, os dias passam, passam os anos, passa a vida. Os dois seguem, em
separado, mas unidos pelas lembranças. Se um dia voltarão a se encontrar, como
já disse, ninguém sabe. Ela só guarda uma certeza, valeu muito à pena,
porque a vida é o que acontece enquanto você perde tempo fazendo planos e
indubitavelmente ninguém que entra em nossa vida, faz isso ao acaso. Por isso
concordo, Ele virou marca indelével no corpo e na alma daquela mulher e contribuiu
para que ela se enxergasse de outra forma. Além disso, “não Era pra ser amor”
porque na verdade “Foi amor”! Afinal de contas, quem disse que amor precisa ser
calmaria?
Andréa Cavalcante
Monteiro Alves
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